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Por favor, não se identifique.

Uma vida baseada em idas e voltas, uma casa cheia de pessoas vazias, um círculo social extremamente competitivo, que só quis a vida inteira destruir teu sorriso.

Acordou e viu a hora, um tempo a mais pra deitar, dormir não era opção, pois já ouvia em sua casa gritos, vários e desesperados gritos, briga e discussão, tirou como conclusão que levantaria pra sair o mais rápido possível. Foi ao banho, não demorou, pois não queria intriga, colocou seu uniforme e conforme sempre fazia, sorriu, abriu a porta e foi pra cozinha dizendo: "BOM DIA".

Olhos reviram e discordam de sua alegria, ninguém responde e simplesmente o chamam de louco, como troco come pouco e sai, levando embora daquela casa, todo seu otimismo.

O dia passa devagar, fazendo muitas atividades extras pra se ocupar, por mais extrovertido e alegre, sempre preferiu ser quieto, calar se e não falar tudo que queria, mas o tempo passa, as pessoas insistem em martelar seu silêncio, viram as costas e falam por elas a todo tempo.

Seu silêncio é outro, seu olhar é fogo, seu falar é agulha e qualquer fagulha ativa sua ironia, sobre o sol vai, mas a sombra pesada que o segue, se encharca e pra ficar leve, às vezes ele esvazia como chuva, chuva salgada e amarga, não é visível, pois não permite mostrar seu rancor.

Ah, por favor não pense que é uma biografia, o meu eu ainda vive, o personagem desta crônica é alguém que já não vive, e sim sobrevive.


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