Amaré.

Se todos fossem liquidados, se amanhã tu acordar e não tiver mais forma humana, se tudo virar mar, e tudo for água? Se tudo se misturar ou quase se misturar, pois cada pessoa seria um mar, um diferente do outro, alguns seriam mais salgados e outros adocicados, mais ou menos densos e tensos, alguns seriam profundos e obscuros, outros rasos e transparentes, ainda outros incrivelmente profundos, mas límpidos e claros E em noites de luar a maré sobe, mas e quem em sua vida não soube o que amar é? Quem quis invadir espaço e misturar as coisas, quem não se permite levar pela maré, não subirá, mas mesmo assim não terá força suficiente pra baixar o nível de outros mares Se tua água encontrasse outra corrente, que por ser parecida e carregar os mesmos fardos se misturasse a você, mas e se as correntes fortes de outros mares se sentissem incomodados com a movimentação? Ah, seria um tsunami? ou seria calmaria no oceano do teu coração? Deixaria alguém remar, re amar? Deixaria alguém te mostrar a luz da lua e subir com a maré e te mostrar que amar é crescer, acrescentar, mas não dividir, nem separar Amaré encheu pra alguns litorais, pra alguns literários, só quem é poesia, leva o pó e esvazia a dor Só quem quer correr, na mesma direção forma corrente, acorrenta, aguenta a turbulenta água fria Só quem quiser se misturaria, só quem quisesse aceitar, aceitaria dois mares se amarem e se tornarem um só, um ser de amor, um oceano E quem rodear as águas, ajudará a manter tudo pacífico... Todos seriam mar e todos aceitariam ser mar Se ligariam, sem se tocar, se respeitariam, sem muita onda, sem muita tempestade, só seriam... Seriam sereias, areias, as veias que cortam todo meu corpo e bombeiam, bobeiam, cambaleiam para o teu mar, me levam a ilhas, me ilham no teu olhar TODOS, saberíamos, todos saber rir iam... Amaré sobe Amaré desce Amar é te aguardar, aguardente, Amar é respeitar o limite da praia dos outros Amar é o que tu quiser!